Compra colectiva e os seus riscos

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O jornal espanhol Preferente publicou excertos de uma entrevista a Andreas Weigend ao  El Confidencial, onde este defende entre outros pontos que “Publicitar na Groupon implica que mais ninguém irá estar disposto a pagar o seu preço antigo”.

Na minha opinião o grande problema destas plataformas é a forma como os “parceiros” que oferecem os seus produtos nas mesmas, gerem posteriormente os contactos. Ou seja, a forma como segmentam os clientes que usufrem destes descontos.

Se eu compro apenas pelo preço e não tenho real interesse em continuar a consumir o produto, poderei ser uma fonte de recomendação do mesmo a outros que tenham real interesse em consumir regularmente esses produtos. No entanto, em muitos casos, as empresas de imediato desligam-se destes clientes e inclusive oferecem um serviço pouco recomendado aos mesmos, em detrimento daqueles que manifestam o seu interesse em adquirir para além da oferta.

Outro dos erros do negócio de compra colectiva, esta na forma como as próprias plataformas gerem o seu modelo de negócio. Muitas vezes as ofertas publicadas pretendem apenas colmatar a necessidade diária de ter novas ofertas, não acrescendo um real valor aos consumidores, mas mais grave será a forma como comunicam com o consumidor. Não existindo uma segmentação de clientes e utilizadores, com parâmetros tão simples quanto o sexo do mesmo, leva a que em alguns casos os destaques publicados/enviados não sejam direccionados da melhor forma.

Mas a principal questão estará no real valor das ofertas, que em muitos casos têm valores inflacionados para usufruírem da publicidade gratuita. Não será concerteza a melhor política, mas a que irá no entender das empresas, defender o seu produto e a sua margem.

Em tempo de crise a tendência por parte do consumir será a de valorizar mais o seu dinheiro. O que o levará a realizar compras de forma mais ponderada, dando um maior valor aos serviços e produtos, podendo inclusive em alguns casos despender mais pelo mesmo serviço, desde que na sua óptica isso justifique o mesmo investimento. Sim, neste momento a palavra será investimento e não custo, assim será a forma como irão compreender a compra. Neste prisma, os sites de compra colectiva irão servir de barómetros de consumo, permitindo ao longo do período de ponderação e estudo do produto fazer uma análise do valor do produto ou serviço que pretendem adquirir.

Na minha opinião, a tendência deste mercado passará pela segmentação e especialização, surgindo já alguns exemplos disso mesmo. Esta tendência irá permitir uma melhor oferta de produtos e serviços, colmatando assim alguns erros tidos até agora pelas plataformas mais generalistas.